quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pela cor que eu procuro em SP




Cai uma leve garoa na Avenida Paulista. Guarda-chuvas pretos por todos os lados, pessoas em vestes preto-amareladas com seus celulares nas orelhas e os pés fugindo das poças d'água. E eu, parada num ponto de ônibus, observando a fumaça cinza saindo de um ônibus laranja-acinzentado tento me encontrar. E, diferentemente das mais conhecidas histórias, consigo.
Paulistana nascida e criada no cinza, infelizmete levada a conhecer as cores pelo mundo afora. A São Paulo que já foi o amor da minha vida agora parece um one night stand de alguns anos atrás, o nome sempre fugindo da memória. Na verdade, São Paulo é como aquele primeiro amor, que faz todo sentido e parece ser a única razão da sua existência até você crescer e descobrir o que é amor de verdade, mas que deixa saudade por ser despertador e inocente.
Nem o vermelho das colunas do MASP consegue se destacar muito entre toda essa falta de cor. A poeira não deixa.

Talvez não seja bem a cidade, seja só eu. Talvez, se eu não tivesse a abandonado por um tempo, a cor ainda estivesse lá.
Mas, sinceramente, espero que essa cor nunca me volte. Eu sei que enquanto a cor volta meu mundo fecha.
E não há nada que eu queira mais que continuar vendo esse mundo preto e branco.

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