terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Silêncio dos Inocentes

Pense em qualquer sequência de cenas cinematográficas, por exemplo. Pense nos policiais, nos bandidos. E nos figurantes. Lembre-se de tudo que puder sobre o personagem principal. Lembre-se de tudo que não puder sobre aquele figurante, que morreu numa das cenas menos importantes. É um filme, mas agora reflita sobre os figurantes da vida real. Não se esqueça que você pode ser um deles, que figurantes também possuem vida, família, que eles possuem um mundo indecifrável, com temores e amores, ousadias e covardias.
Eu, em todas as situações, me ponho no lugar da outra pessoa - mesmo que várias vezes não fosse estritamente necessário - para entender melhor o seu mundo. Mesmo que seja totalmente diferente do meu. Pense como coletivo, pense grande. Pense que enquanto você 'perde seu tempo (ou não)' lendo este texto, milhares, milhões de outras coisas acontecem. Pessoas vivem o melhor momento de suas vidas. Corações batem livres pela primeira vez. Pessoas vivem o pior momento de suas vidas. Figurantes são assassinados à sangue frio. E pessoas, assim como você, podem estar lendo um texto escrito por uma adolescente sem sono, ou com sono demais, que pensava no que as outras pessoas estariam fazendo agora. Ou daqui alguns segundos.
E você, figurante, o que deveria estar fazendo agora ?!

Um comentário:

Lego disse...

supondo T=0 no exato momento em que o dedo médio posicionou-se, quase por instinto, acima do 's' do início dessa frase, seria possível ver todo um universo de fatos que ocorrem ao mesmo tempo. Tomando só meu prédio como "campo de observação", certamente se veria uma traição acontecendo na escada de incêndio, alguém sendo demitido, uns 12 celulares tocando ao mesmo tempo e mais uns 20 sendo utilizados por pessoas de gravata, maquiagem, preocupações e dívidas. Mas todos esses fatos e números supostos se perdem na sequência cíclica dos segundos...e quase ninguém vê.