domingo, 26 de outubro de 2008

De Volta Para o Futuro

Entre. Acomode-se. Aproveite o quanto puder. É, parece que estamos voltando no tempo, velas, flores, entradas fenomenais e vestidos estufados e tudo sem nenhum motivo concreto. A princesa espera pela plebe extremamente ansiosa, não se permitindo pensar num futuro próximo, onde tudo pode dar errado. Peguem seus convites, os jacarés estão na porta, esperando para comê-los vivos em qualquer deslize. No início, o castelo não parece muito apropriado para pessoas com nossa classe, mas percebemos um mundo novo abaixo de nossos pés quando a Família Real usa o 'abre-te sézamo !'. A maioria não tem um papel esclarecido ainda, com exceção da família da princesa, que nunca deixa de ser a família da princesa. Passados todos os cerimoniais e todo aquele puxa-saquismo costumeiro, sabemos que as coisas vão começar a acontecer, todos vão se libertar e mostrar um lado desconhecido. A parte prazeirosa da festa, onde todos se entregam aos compostos orgânicos que contém pelo menos uma hidroxila ligada a um átomo de carbono, às vezes composto de lúpulo, cevada e outros cereais. Todos dançam descontroladamente, esperando algo não-tão-inusitado acontecer. As pessoas começam a tirar suas máscaras e acabamos por descobrir muitos bobos-da-corte. Um deles na verdade é ela, mas nenhum dos outros conhece sua verdadeira ocupação, mesmo não sendo nada novo vermos uma meretriz bêbada. Sua primeira vítima é o principezinho, que também já não é mais uma criança inocente.Mas ela não pode parar por aí, apesar de fazer parte do núcleo de patrícios da princesa, a rameira parece não se importar com os sentimentos e pensamentos da amiga e nenhum dos outros Clientes e ataca mais uma vez. Sua vítima não usa a defesa nos primeiros momentos, a 'boba-da-corte' é rápida no gatilho, afinal, ele nem havia percebido a troca de parceira. Alguns instantes depois ele foge, sentindo-se culpado mas ainda bêbado demais para preocupar-se com isso no dia seguinte, ele é só mais um bobo-da-corte, afinal. Já podemos esquecê-lo agora. O que não esperava-mos, entretanto, é que mediante esses acontecimentos um dos nossos mocinhos se tornasse um palhaço real também. Espero que entorpecentes não sejam a causa, ele não mereceria. Nesse ponto da noite começam a aparecer as muitas damas-de-companhia, mas não posso esquecer de citar que a maioria delas era para um mesmo 'paciente'. Com a manhã se aproximando, a meretriz com muitas outras vítimas em sua lista, algumas amizades re-feitas e muitas desfeitas, com muito desperdício de álcool e muitas damas-de-companhia cansadas de fazer companhia um último acontecimento irrita alguns de nós. Desta vez a rameira exagera, quase fazendo atividades ilícitas com o príncipe dos príncipes, ou melhor, o príncipe da princesa. As damas-de-companhia agora se descobrem feitoras do bem e organizadoras da ordem e impedem uma grande briga. Tudo é um grande caos, mas não deixa de ser uma das melhores e possivelmente mais comentadas solenidades do ano. Agradeça por não ter sido convidado, você não seria mentalmente-preparado.
Ah, as festas de quinze anos...

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